quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reconstruir-me


Eu nunca fui na manicure, compro apenas meia duzia de esmaltes a cada trimestre, dos baratinhos mesmo, detesto salão de beleza, ia uma, no máximo duas vezes por ano, agora aprendi cortar meu próprio cabelo, quase não uso maquiagem, nem tenho um kit decente, cosméticos só os mais básicos, jóias nem tenho intimidade, algumas bijus somente, bolsas simples, nenhuma roupa de marca, quase tudo de fast fashion devidamente parceladinhas, meu fraco são os sapatos, ah os sapatos... Não sou um bom exemplo de "mulherzinha".
Com a formação da minha família, uma das escolhas que tomei foi esquecer do meu eu e me dedicar ao bem de todos. Pode até não parecer mas pedir dinheiro ao mantenedor das despesas é uma luta muito intensa e dolorida. Só dói menos do que ouvir as respostas. O "você não precisa disso", "isso não é importante" ou o "depois eu vejo" e depois esquecer e ter que pedir novamente, novamente e novamente... Mata um pouquinho cada vez mais. 
O coração bate fora do ritmo, o nó na garganta faz morada e a muralha construída cercando lá no fundo meu eu, minha individualidade, minha auto estima, desmorona e mais uma vez, tenho que juntar forças que nem sei de onde vem, sair de lá de baixo das ruínas e reconstruir tudo de novo, peça por peça. É um trabalho insano, demorado e triste.



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