segunda-feira, 22 de julho de 2013

Garota pop + Brilho cósmico

Essa semana voltei para o rosa. Gosto muito! 
Com muito brilho e coraçãozinho quase escondidinho no dedão.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Último poema

Assim eu quereria o meu último poema. 
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais. 
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas. 
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume. 
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos. 
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
[Desconheço o autor]

sexta-feira, 12 de julho de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A dor que dói mais


Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros

quinta-feira, 4 de julho de 2013

[des]ordem

Mas saiu todo fora de ordem. Comecei quase que pelo fim. Não teve o começo ainda. E agora seria o meio? Não sei! Nem sei se realmente existe ordem nessa desordem de vida.
Esse texto também não começou ordenado. Pela lógica seria introdução, desenvolvimento e conclusão, vulgo: começo, meio e fim.
E para que tudo isso? Seguir regras é massante, a rotina cansa. Não seguir linha nenhuma também!
Esta tudo confuso, tudo sem lugar, não quero lugar certo, não quero não me encontrar.
Vou indo! Espero me encontrar. E me ajeitar. Sem ordem. E sem desordem.